Todos os anos a cena se repete: ruas iluminadas, lojas decoradas, portas enfeitadas, confraternizações e trocas de presentes. Está encantador passar a noite pelo centro da cidade, pelos shoppings e ver a quantidade de luzes e enfeites anunciando o Natal. Por um momento, o mundo volta sua atenção para um pequeno cenário onde se destacam três personagens: um homem, uma mulher e uma criança deitada em uma manjedoura. No presépio está o símbolo natalino que mais encanta, porque retrata o verdadeiro sentido do natal: o nascimento de Jesus. Neste momento, parece que o sentido da vida torna-se simples, fácil de compreender. Quando Maria recebeu a notícia de que seria a mãe do Salvador ela se assustou, mas também acreditou e acolheu gerar o menino em seu ventre. José também hesitou com a notícia da gravidez de Maria, mas não temeu em acolhê-la ao seu lado e também ao neném. Imagino que é assim que Cristo espera ser recebido ao nascer neste Natal: sendo acolhido com o coração e os braços abertos. Todo nascimento gera alegria, em se tratando do nascimento do Salvador da humanidade a alegria é ainda maior. Jesus é rei, mas nasceu da maneira mais simples: num estábulo, ao lado de bois e vacas, porque seus pais não encontraram hospedaria. Hoje, talvez precisemos nos refugiar em lojas cheias e ruas congestionadas, em busca de um sentido para estarmos juntos em uma noite do ano, para celebrarmos o aniversário de um homem chamado Jesus. Muitos o buscam entre a multidão perdida, que corre de um lado para o outro em busca de presentes e lembrancinhas. Nos dias de hoje, o Natal tem diversos significados: para os capitalistas é tempo de lucros, para os consumistas é tempo de gastar e consumir, para os pessimistas é só mais um ano que vai acabar; para as crianças é esperança de muitos presentes, mas, para que tem fé, quem crê no amor de Deus, o Natal é um misto de festa, reflexão e esperança. O sentido do Natal reside em cada um de nós. Ele representa a nossa visão de mundo e ainda nossa percepção sobre o que somos e o nosso compromisso em transformarmos a realidade. No Natal, temos a possibilidade de nos darmos a chance de sermos melhores e resgatarmos nossa essência: "a prática do bem, sem olharmos a quem". Poderíamos fazer do Natal uma constante prática em nossa vida. Renascendo sempre para algo melhor, nos surpreendendo a cada dia com a nossa infinita capacidade de aprimorarmos todas as nossas habilidades, sejam intelectuais, emocionais, sociais e espirituais. Jesus pode nos inspirar todos os dias do ano, porém precisamos fazer do nosso coração uma manjedoura, sempre aberta para acolhermos a sua mensagem de amor ao próximo e discernimento sobre nosso papel no mundo dos homens. É época de renovarmos a nossa fé com a esperança de que o nascimento de Jesus seja concreto em nossa realidade e, com isto, renasça no mundo a bondade, a fraternidade e a paz! E para que possamos aproveitar essa época festiva devemos refletir, buscar mudanças positivas em nosso cotidiano, oferecendo nossa vida, nosso coração e nossas boas ações ao Senhor Jesus, dando verdadeiro sentido ao Natal. Natal é tempo de paz, de luz em nosso caminho e esperança de salvação, por meio daquele que veio para nos deixar uma mensagem de fé, alegria e amor. Que todos possamos festejar o Natal com este espírito, mesmo diante das dificuldades, das mazelas e das agruras do dia-a-dia. Pois, relembrar que Deus enviou para nós o Salvador é motivo de festa e de renovar as esperanças. Natal é tempo de recordar o Menino Jesus da Manjedoura, é uma data especial, carregada de uma mensagem de esperança e paz. Natal é tempo de família reunida, de partilha e convivência, de oração e recolhimento, de revisão de vida, de reencontrar pessoas distantes, de lembrar os belos momentos, de acolher os pedidos de perdão e de recomeçar.
José Luís Nunes